Audição Ativa com a PNL é o terceiro, de uma série de quatro artigos. Neste artigo, vamos conversar sobre como nos conectamos aos sons ao nosso redor.
Vamos entender como essas ondas sonoras se convertem em estímulos, que vão além dos sons e ruídos que estimulam nosso organismo, através de experiências auditivas.
Vamos conversar também, sobre os significados que tudo isso provoca em nós. A princípio o ato de ouvir parece simples. No entanto, depois que os meus ou ou seus ouvidos captam as ondas sonoras, elas passam por alguns processos de transformação.
Primeiro, de vibrações físicas e pressão. Depois, em impulsos nervosos. Estes, finalmente, são enviadas para nossos cérebros, onde ocorre o processamento, atribuição de significados e armazenamento de memórias auditivas.
Dessa maneira, além de converter as ondas sonoras, causadas pelo deslocamento do ar, nosso aparelho auditivo contribui para o equilíbrio físico e localização espacial.
Ou seja, regulando a localização do corpo no espaço e nos oferecendo informações precisas sobre onde e como estamos em relação a ele.
Audição Ativa com a PNL – Anatomia da Audição?
Portanto, a ideia desta série é demonstrar como os estímulos sensoriais formam a nossa percepção das nossas experiência de mundo. Apesar de serem gerados separadamente, em áreas distintas de nosso cérebro, as informações sensoriais de todos os sentidos se integram gerando nossas experiências de mundo.
Contudo, um pouco de anatomia vai nos ajudar a compreender melhor nossos processos auditivos.
O ouvido é composto por três partes básicas:
Ouvido externo, médio e interno. Assim, o ouvido externo coleta as ondas sonoras e as conduz, por nosso canal auditivo, até à membrana timpânica, onde começa o ouvido médio. Dessa forma, as ondas fazem vibrar nossa membrana timpânica. Esta, por sua vez, faz vibrar os ossículos da audição. Um deles o estribo.
Posteriormente, as informações alcançam nossas câmeras do labirinto. O labirinto é preenchido com o líquido coclear. Em forma de espiral, a cóclea recebe a força vibratória do estribo, através da janela vestibular.
Como resultado dessa vibração, o líquido se movimenta, através de ondas de pressão até uma estrutura, denominada de órgão de Corti. Essas estruturas ficam, mais ou menos, no meio de nossas cabeças. Um para cada ouvido.
Dessa maneira, essas ondas de pressão são convertidas, pelas células ciliadas sensoriais, em impulsos elétricos. Em seguida, estes impulsos são transportados até nosso cérebro, através do nervo auditivo. Especificamente, pelo ramo coclear do nervo vesbibulococlear (o oitavo par dos nervos cranianos).
Enfim, para não nos prendermos nos detalhes anatômicos mais complexos, esta introdução serviu para nos dar uma ideia de que há um grande caminho entre um estímulo externo e a chegada dele ao cérebro. Na verdade, um grande labirinto.
Analogicamente ao que vimos, quando falamos sobre o sentido da visão, o córtex auditivo vai entrar em ação e dar “significados” aos sons recebidos. Você vai gostar de ouvir sobre isso.
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PROPOSTA DESTA SÉRIE DE 4 ARTIGOS:
Ajudar você na compreensão de como seu sistema perceptivo e cognitivo funcionam;
Propor atividades práticas e simples, que você pode realizar sem alterar a sua rotina diária;
Possibilitar melhorias em sua percepção e cognição, promovendo o aumento de seu desempenho perceptivo e de aprendizagem comportamental.
Córtex Auditivo – A Orquestra da Experiência
Dessa forma espiralada e comprimida os sons que entram em nossos ouvidos chegam, finalmente, ao destino. Ou seja, no lobo temporal (abaixo das têmporas). Uma divisão especializada de nosso cérebro.
Primeiro, estes sons serão recebidos por áreas do nosso córtex auditivo primário, no qual neurônios especializados se encarregam de cuidar de frequências específicas. Por exemplo, 500 Hz (Hertz), corresponde ao ápice da cóclea, 16.000 Hz correspondem à base dela. Posteriormente, estas informações seguem para ganharem significados.
Como resultado desse processo, apresentado aqui de modo bem simplificado, cada hemisfério cuida de um tipo de significado. Enquanto o córtex auditivo esquerdo coordena os significados o direito se ocupa da qualidade.
Só para ilustrar, um morcego opera em frequências entre 2.000 e 110.000 Hz, a coruja, de 200 a 12.000, o nosso melhor amigo, o cão, de 67 a 45.000 e nós, humanos, de 64 a 23.000 Hz.
Em síntese, tudo que está abaixo de 64 e acima de 23 mil Hz não é percebido por nós. Em outras palavras, somos surdos para sons muito baixos e muito altos. Quem faz esta distinção de frequências de onda são as nossas células ciliadas. Estas células são organizadas dentro da cóclea, numa ordem crescente de capacidade de processamento, como eu disse acima.
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Audição Ativa com a PNL – Dando Sentido aos Sons
Depois que os sons passam pelos caminhos que já mencionamos, eles chegam ao córtex auditivo e às áreas de associação, passando antes, pelo bulbo e tálamo.
Nesse sentido, o nervo coclear, do qual já falamos, se divide, possibilitando que cada orelha (elas são importantes coletores de sons, sabia?) envie informações para os dois hemisférios cerebrais.
Dessa maneira, o processamento das informações, advindas dos ouvidos, permite detectarmos a localização da fonte sonora em relação a nós.
Analogicamente, a divisão do nervo coclear apresenta uma engenharia semelhante a do quiasma óptico. Que vimos no artigo sobre o sentido da visão. Esta proposta de compartilhamento entre os ouvidos e os dois hemisférios permite a integração das informações e seu processamento pelas áreas que lidam com dados objetivos e subjetivos.
Por exemplo, dados objetivos, distância e volume. Subjetivos, significados de gosto, não gosto, representa isso ou aquilo.
Música e Barulho e os Atributos de Ondas e Referenciais
Qual a diferença entre música e barulho? O som é gerado por duas variáveis de ondas de deslocamento de ar. A frequência é representada pela quantidade de vibrações ocorridas por segundo. Já a amplitude é medida pela altura dos picos ou da profundidade dos vales das ondas.
O meu e o seu gosto musical podem influenciar bastante na distinção do que venha a ser música e barulho. Por exemplo, eu posso gostar de música clássica e você de metal… Entendeu?
Bem. O que distingue música do barulho é que, nesta, há uma intencionalidade de organização das notas obtidas por um instrumento ou uma vocalização.
Dessa maneira, o timbre, o tom, a harmonia (quando vários estímulos se juntam, como numa orquestra) definem a música. Por outro lado, uma mesma música pode representar algo diferente para diferentes pessoas. Para mim, uma determinada música pode ser uma lembrança de perda de alguém querido. Para você, a mesma música pode ser exatamente o encontro da pessoa amada.
Neste ponto, esta informação não depende mais do cérebro. Mas sim, dos significados de cada um, em detrimento de suas experiências envolvendo aqueles sons.
Cérebro e Mente – Respostas Diferentes?
Vamos entender isso criando uma distinção entre cérebro e mente neste processo. Para o cérebro os sons são apenas isso. Sons. Eles podem gerar inibição ou excitação celular e isso pode refletir em seu comportamento.
Ou seja, o cérebro percebe os sons apenas como estímulos. Ele não se interessa em saber, por exemplo, se um som é agradável ou desagradável.
Sendo assim, um som, seja ele qual for, bem próximo de sua capacidade de percepção, vai incomodar você. Isso é uma reação fisiológica. Ou seja, diz respeito ao seu cérebro. Função do hemisfério esquerdo.
Uma música ou um som que tenha uma significado para você, pode ter uma conotação emocional ou sentimental específica para mim ou para outra pessoa. Função do hemisfério direito.
Por exemplo, o rangido de um portão de ferro se fechando pode representar o abandono de alguém. Uma determinada música pode lembrar outra pessoa querida, de modo agradável.
O ranger de uma árvore ao vento pode lembrar uma tempestade para um ou um romance debaixo daquela árvore para outro.
Esses são atributos da mente. Em PNL esses vínculos de estímulos e significados são denominados de âncoras auditivas. Envolvem tanto a mente, quanto o cérebro. Portanto, significa que cérebro e mente funcionam, também, de maneira integrada.
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Melhorando sua Percepção Auditiva com a PNL
Certamente, você já ouviu falar do “Efeito Mozart“. De todo modo, vou fazer uma síntese da ideia:
Alfred Tomatis, um otorrinolaringologista francês, especialista em desenvolvimento infantil, disse que ouvir música do compositor clássico austríaco poderia ajudar no desenvolvimento mental de crianças com menos de três anos.
Controvérsias à parte, Mozart e outros compositores podem ajudar no seu desenvolvimento auditivo. Como?
- Escolha um local tranquilo, no qual você tenha privacidade;
- Coloque a música de seu compositor clássico preferido, num volume de concerto;
- Sente-se confortavelmente e feche os olhos;
- Deixe-se envolver pela música, concentre-se auditivamente nela, deixe-se envolver;
- Preste atenção aos sons. Procure identificar os instrumentos. Primeiro, por categoria. Por exemplo, metais, sopro, percussão, cordas etc.;
- Depois, procure identificar cada instrumento em particular. Por fim, perceba que é possível identificar a localização espacial do som daquele instrumento ou grupo deles. Ou seja, a localização do instrumento no palco, em relação a você.
Para concluirmos, nossos sentidos, sejam a parte que coleta os estímulos, no caso orelhas e ouvidos, ou o que os conduz, canal auditivo, cóclea e o que processa e armazena, seu córtex sensorial, precisam de treino e refino para dar a você uma percepção mais amplificada do mundo e de si mesmo.
Bons Momentos Mozart ou, quem sabe, Metal?
Obrigado por sua companhia. Compartilhe este texto com seus contatos e a gente se vê na semana que vem.

Aguilar Pinheiro
Neurocientista e Treinador Avançado em PNL
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